INZO TUMBANSI PARTICIPA DA OFICINA DE TRABALHO EM BRASÍLIA
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Inzo Tumbansi marca presença na
oficina de trabalho diante do plano nacional de desenvolvimento de povos
sustentáveis de povos e comunidades de matriz africana, além disso, no primeiro
dia do evento 29 de agosto foi assinado, pela Ministra da SEPPIR – Luiza
Bairros - o termo de cooperação entre a Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial (SEPPIR) e a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A
iniciativa prevê recursos a serem utilizados na embalagem e transporte de
cestas de alimentos para distribuição gratuita junto ao segmento. O professor
Mauricio Santos, sacerdote do Inzo tumbansi ngana zambe Mutakalambo,
vice-presidente do Ilabantu representou o seu diretor Tata Katuvanjesi,
jornalista Walmir Damasceno neste evento que servirá como mais um instrumento
na luta contra a discriminação a partir da construção planejada de objetivos
que almejam a ampliação do acesso a uma alimentação saudável, para tais
comunidades e povos que historicamente se mostram frágeis na garantia à boa
alimentação. A oficina foi uma das atividades para a consolidação deste Plano
que, segundo a secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais da SEPPIR,
Silvany Euclênio, vem sendo construído em várias etapas, por meio do diálogo
entre lideranças de povos e comunidades de matriz africana, além de
representantes dos poderes públicos municipal, estadual e federal. Para a
ministra, Luiza Bairros, a cooperação inaugura uma nova fase no que tange a
distribuição de alimentos. “A construção do Plano acontece de forma firme, com
a ajuda de parceiros dentro do governo e nas comunidades”, afirmou a chefe da
SEPPIR, explicando que a busca da transparência é o principal objetivo dessa
nova metodologia. Segundo ela, a medida é emergencial e se constitui em um
importante instrumento, mas deve ser eliminada à proporção que os beneficiados
conquistem autonomia econômica. De acordo com o representante da CONAB, Marcelo
Melo, quase 14 mil famílias de comunidades tradicionais de matriz africana
serão atendidas. “Vamos distribuir 305 toneladas de alimentos em cada uma das
seis etapas do projeto”, informou Melo. Pelo acordo, a CONAB fica responsável
pela viabilização das embalagens e transporte e a SEPPIR vai transferir os recursos
financeiros à Companhia, bem como indicar os beneficiários. Famílias com menor
renda per capita e chefiadas por mulheres são alguns dos critérios utilizados
para a seleção dos beneficiados. O número de crianças de até seis anos e a
presença de idosos que não recebem aposentadoria também entram para os
requisitos. A ação é uma parceria entre SEPPIR, Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS), CONAB, sociedade civil organizada e órgãos de
promoção da igualdade racial dos estados e municípios. A Distribuição de
Alimentos a Grupos Populacionais específicos visa atender famílias que estão em
situação de insegurança alimentar e nutricional, com dificuldades para produzir
ou obter alimentos. A diretoria do Ilabantu E DO Instituto Cultural e Educacional
Mwana Zambe acreditam que esse diálogo direto entre o governo federal e agentes
ou lideres representantes da sociedade civil demonstram a necessidade de
democratização da garantia da defesa nutricional dos povos de terreiros e
comunidades da matriz africana que em grande porcentagem se configuram a partir
do traço étnico africano que mesmo na modernidade traz consigo mazelas marcadas
pelos maus tratos de escravidão gerando na contemporaneidade o racismo pessoal
e institucional.
Em Abril de 2011 o ministro Eloi
Ferreira, atualmente ex-presidente da Fundação Cultural Palmares do Ministério
da Cultura iniciou uma verdadeira rota de diálogos entre a comunidade de
tradição afrobantu no estado de São Paulo, o Inzo Tumbansi ngana Zambe Kavungo
e o Instituto latino Americano de Tradições Bantu – INLABANTU na figura do
Jornalista Walmir Damasceno, sacerdote Tata Katuvangesi ancorou uma verdadeira
plataforma política no sentido de efetivar um dialogo entre a SEPIR –
Secretaria de gêneros e da igualdade racial. Ao seguimento de mais um evento, a
via sacra continua, desta vez, no dia 03 de Março de 2012 um novo encontro
entre as militâncias tradicionais e religiosas de matriz afro-brasileira em
conjunto com o governo federal se efetivou com êxito e bons frutos.
Assim, o instituto latino americano de tradições afro bantu – ILABANTU
convidou a presença de tata Mutadiamy, professor, poeta e compositor Maurício
Luandê, que prestou seus serviços e presteza benemérita a sua casa matriz, no
sentido de realizar mais um importante encontro para todos os adeptos das
religiões das matrizes africanas na região sudeste. O nome do evento se
destacou como “CONVERSA DE TERREIRO”, que dialogou com as esferas do poder
federal objetivando como resultado deste processo uma forma determinante de
auxiliar na formação e na participação de todos os terreiros ou templos de
tradição afro-brasileira podendo desta forma, por vias legais, dar visão e
sentido institucional para que estes protagonistas da cultura possam participar
de forma efetiva nos projetos que garantam o exercício de suas atividades
tradicionais, melhorando assim, por conseguinte a manutenção e a proteção do
patrimônio afro-brasileiro na região sudeste.
O rompimento com o discurso
internacional culturalista e fetichista que enaltece o exotismo da cultura
negra foi o principal objetivo deste encontro no tocante aos objetivos
conceituais. Quanto aos votos de solidariedade e respeito ao discurso das
reparações históricas, justas e legítimas do Povo Negro e das Comunidades
Tradicionais de Terreiros das Matrizes Africanas no Brasil, cada participante
enalteceram em seus discursos tais condições exemplificando por meio histórico
e sociológico as diversas manifestações negras espalhadas pelo Brasil.
Destacamos o discurso da Deputada Estadual LECI BRANDÃO – Assembléia
Legislativa do Estado de São Paulo, que se colocou como parte integrante da
luta pelos símbolos que garantam às praticas africanas em solo brasileiro, de
forma afirmativa ao dispor o seu mandato
nas lutas culturais e artísticas
em São Paulo. A Professora e Historiadora SILVANY EUCLÊNIO SILVA – Secretaria
de Políticas para Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial/Presidência da República, definiu em seu discurso
a necessidade e formação do mapeamento dos terreiros no sentido de garantir a
manutenção de leis que garantam tais praticas tradicionais, desmascarando
o preconceito em forma de
políticas afirmativas. Quanto ao Dr. ALEXANDRO REIS – Diretor de Proteção ao
Patrimônio Afro Brasileiro da Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura,
seu discurso elucidativo demostrou as ações em andamento do governo federal
frente às comunidades quilombolas, além de sugerir um protocolo de formação
para os terreiros terem o seu devido reconhecimento, assim como a
jurisprudencia para que estas entidades possam usufruir de recursos federais
para garantir a manutenção de suas crenças e tradições que acima de tudo é um
patrimonio nacional. O senhor JOSELITO EVARERISTO DA CONCEIÇÃO – Tata Taua –
Presidente da Cobantu, desenvolveu uma sintese da participação banto na cultura
e formação brasileira, posteriormente Ogã gilberto de Exu expos com mestria as
diversas necessidades e barreiras para formação jurídica dos terreiros e
templos espalhados pelo Brasil. E por fim tata Katuvanjesi, presidente do
INLABANTU descreveu a necessidade de protocolar junto aos setores federais uma
agenda que contribua com a formação de lideranças tradicionais que possam
registra e defender suas bases ou praticas em detrimento da preservação das
tradições africanas de diversas matizes como mantenedoras do passado histórico
na pagina pertencente aos cultos africanos reapropriadosem nosso país. O MWANA
ZAMBE conclui que eventos desta natureza é uma demostração de luta e
ressitência do movimento negro anônimo que se faz da livre iniciativa, um grito
de alerta, pois entre as batidas dos tambores da escola de samba Rosa Serrana,
além das representações de rappers, poetas, professores e diversos seguimentos
culturais e educacionais anonimos que eniram suas forças para reivindicar a sua
participação afrodescedente e cidadã n construção desta nação-continente. Agora
não somos mais anônimos, somos folhas de uma mesma árvore que perssite em se
manter de pé.