A Importância de fazer Oferendas fora dos Templos
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Deus habita a natureza…
Deus reside na natureza…
Os crentes (todos que acreditam em Deus
independente do nome e religião) acreditam na sua manifestação (Deus) em
plantas, animais, pedras, rio, chuva e tanto outro Elemental e mineral
existente, que compõe o planeta terra. O ser humano tem a necessidade de estar
em comunhão com Deus. Essa comunhão se da através de rezas, orações, oferendas
e gestos ritualísticos. Cada religião tem a sua própria maneira, diferente a
outra, com uma similaridade e com um mesmo propósito, de adorar e serem
abençoado por Deus Onipotente.
A religião, mesmo que exista o mesmo propósito de
adorar Deus Onipotente, também encontramos quem o cultua na forma de
“trindade”, Onipotente, Onipresente e Onisciente. A trindade de Deus,
Onipotente, Onipresente e Onisciente é costumeira entre os negos de origem
Bantos. Assim acreditam fielmente, pois, conseguem falar com Deus, são ouvidos
e com grande porcentagem são atendidos, mas às vezes não são atendidos por
ausência de alguma coisa importante. Oferecem a Deus, sempre, rezas, orações,
cânticos, gestos ritualísticos ou oferendas.
No Candomblé, religião afro-brasileira,
especialmente o Candomblé de Nação Angola, cultua a trindade de Deus, (essa
trindade não se baseia na trindade cristã), cultura religiosa herdada dos
negros de origem Bantos. Deus no Candomblé é conhecido como Nzambi Mpungu,
assim como é conhecido no continente africano, precisamente nas regiões Bantu,
cujo significado é: “Deus Todo Poderoso”. É o Deus que criou o céu (diulú) e a
terra (ixi), e tudo que existe.
Os Minkisi, cujo singular é Nkisi; as Mahamba, cujo
singular é Hamba, são Divindades criada por Nzambi Mpungu, é como se fosse os
ministros, governantes do equilíbrio da terra e sua existência, assim como tudo
que habita nela.
Os Minkisi e Mahamba são intermediários entre
Nzambi e os homens, pois Nzambi não tem culto ou altar próprio como se
presencia pra santos e divindades em templos religiosos. O altar de Nzambi é a
sua própria essência, o próprio universo. Pois em cada local esta um pouco de
sua essência, é por esse e outros motivos que Nzambi (Deus) se faz presente e
ciente de tudo o que se passaem sua Onipresentenatureza.
Em qualquer lugar é possível cultuar, adorar e
reverenciar Nzambi (Deus), tendo os melhores lugares para a sua adoração,
lugares calmos, onde se possa falar com a face voltada ao divino, e, poder ser
atendido ou não, isso vai depender da vontade do próprio Nzambi Mpungu (Deus
Todo Poderoso).
Devemos reverenciar entrar em comunhão com os
Minkisi e Mahamba, pois é o caminho a Nzambi Mpungu, o único caminho de nos
protegermos contra seres altamente negativos (Nkuyu), de inimigos, de pessoas
invejosas, de infertilidade, de má sorte, e etc. E para que possamos estar bem,
felizes, com saúde, tendo nossa prosperidade sem o perigo de nos afundarmos com
negativos, é preciso rezar, orar e fazer as oferendas certas e no lugar certo a
cada Nkisi e Hamba que pretendemos entrar em comunhão.
Cada Nkisi e Hamba têm a sua particularidade na
natureza, tem aquelas que habitam lagos, rios, montanhas, matas, cachoeiras e
muitos outros lugares, mas quero aqui destacar uma Divindade regente das ruas,
estrada e encruzilhada, que é o guardião Pambu Njila. Há este se faz uma serie
de rituais e oferendas próprias, onde depositamos nas entradas de nossas casas,
em seus assentamentos (altares dedicados a Pambu Njila), com o intuito de
proteção, e ali ele poder justo atuar em nossa proteção.
Nas matas, nas estradas e principalmente nas
encruzilhadas ofertam-se oferendas a Pambu Njila, para se comungar com o
sagrado, proporcionando a proteção e a prosperidade de nossas vidas. A
encruzilhada é um dos locais mais perigosos, é simplesmente o portal do mundo
dos vivos e o mundo dos mortos. Local que habitam e transitam muitos seres
sobrenaturais, espíritos e divindades, e por ser um local que diariamente
transitamos hoje no novo mundo ocidental, carregamos conosco tanto a
negatividade quanto a positividade deste local, mas como precisamos estar
sempre em equilíbrio, livres de tristezas, de desamores, de má saúde, de má
sorte e etc., devemos nos limpar espiritualmente e limpar nossas casas da mesma
forma, e principalmente depositar oferendas, com um bom propósito, nestes
locais, para que a felicidade, saúde, fertilidade, fartura e a prosperidade
reinem no recinto de cada ser humano. Mas pra se perpetuar positivamente,
deve-se procurar o Sacerdote ou Sacerdotisa da religião do praticante. Cada
religião independente dos cultos serem diferentes é capaz de interceder por
cada fiel e ajudá-los, mas tudo em nome de um Deus que possa interceder por
seus discípulos, tudo em prol do bem estar do ser humano.
As oferendas que são encontradas nas ruas, matas,
estradas, encruzilhada ou rios e cachoeiras, são depositadas com dois
propósitos; negativamente e positivamente. Em grande maioria para o bem, mas se
encontra para o mal, sendo visível nos próprios objetos dentro das vasilhas de
barro, vidro ou outro. Não existe somente o bem, como também não existe somente
o mal! É preciso o equilíbrio entre os dois, isso quem determina não sou eu e
muito menos o próximo, e sim o próprio Deus criador do céu e da terra. Este
intercede em manter o equilíbrio, nada existe sem o próprio ter criado, e é por
isso que o mundo continua dentro dos seus princípios evolutivos.
Muitas das oferendas causam espanto na sociedade,
não pela sua forma de montagem ou às vezes conter objetos nunca vistos por
muitos e sim porque são pessoas, ainda, contaminadas pelo pré-conceito e racismos.
Chegam ao absurdo ponto de chutá-las ou jogarem pedras por cima, mas eu diria
ser pura ignorância de que faz isso, pois destruir uma oferenda a uma Divindade
ou espírito, corre o risco de se prejudicar, levando consigo toda a
negatividade por conta de um pré-conceito, racismo ou intolerância religiosa.
Oferendas em locais públicos são condenadas por
grande parte da população, mas se essa população se aculturasse, e se
informassem melhor, principalmente se respeitassem as praticas religiosas
alheia, não espantariam com elas.
As oferendas nesses locais podem ser retiradas com
cuidado e respeito, pois a sua essência, após um dia já foi absorvida com
sucesso pela Divindade ou Espírito. Então, quero dizer com isso que, de acordo
com o tipo de oferenda em locais públicos não estão poluindo ou sujando.
Os bons candomblecistas, umbandistas e
quimbandeiros, não denigrem a própria imagem, muito menos a sua própria
religião, com oferendas sem anexo. Depositam, sempre, coisas orgânicas, que
podem ser facilmente desintegrado na natureza e somente em ultimo casos, de
urgência, de comunhão e proteção do sagrado fazem suas oferendas fora dos
templos, em lugares adequadamente propicio, em lugares que tenha uma natureza
boa, e que sua oferenda não venha sujar o meio ambiente.
Preservar o meio ambiente é direito de todos, por
isso, o candomblecista que cultua a natureza com peça chave do seu culto, ou
rituais, sustentável a todos os Minkisi, Mahamba, Voduns ou Orisá,
constantemente faz perpetuar o seu respeito pela existência da natureza.
Tata Kitalehoxi